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sábado, 29 de janeiro de 2011

O algodão na economia seridoense (1880-1915)

(Por Muirakytan K. de Macêdo – Professor do Curso de História do CERES – Campus de Caicó)

Nos sertões, a agricultura desenvolveu-se à sombra das atividades pastoris, sem se salientar como excedente para trocas comerciais consideráveis. Somente com a grande seca de 1845 foi que, com a dizimação de quase todo rebanho, as culturas agrícolas nessa área adquiriram alguma visibilidade. Nesse contexto, começa a sobressair-se o cultivo do algodão e principalmente uma variedade típica do Seridó, que ocuparia um lugar de destaque na economia estadual quando o açúcar descrevia sua curva produtiva descendente a partir da década de 1880 e seria superado pelo algodão em 1905. "O algodão não seguiu a mesma trajetória que o açúcar, pois o fim da fase áurea da exportação para o mercado externo, da década de 1860, não significou sua estagnação ou retrocesso; pelo contrário, foi em anos posteriores a essa fase que se expandiu o cultivo pelo sertão norte-rio-grandense, de uma variedade de algodão característica do meio - o algodão mocó ou algodão seridoense" (TAKEYA: 1985, p. 33).

Embora prioritariamente voltado para o mercado interno em favor das indústrias têxteis nacionais, o algodão norte-rio-grandense também encontrava colocação no mercado estrangeiro. O crescimento do volume desse comércio, no entanto, era contido pela baixa qualidade de sua fibra, incompatível com a padronagem dos tecidos mais elaborados, fato que o fazia pouco competitivo nos negócios de exportação. Características inferiores contribuíam para que ele se amoldasse à indústria têxtil nacional que principiava produzindo tecidos de baixa qualidade com os quais se afinavam o algodão produzido no RN.

Somente o algodão "mocó", de fibra longa, poderia ocupar esse lugar de excelência no mercado exportador internacional, posto que se destinava à confecção de tecidos finos.

A princípio duas variedades de algodão eram plantados no RN: o arbóreo ("mocó" ou "Seridó") e o herbáceo. O algodão "mocó" foi a variedade que melhor se adaptou aos sertões: por suas raízes profundas, era mais resistente às secas; por seu vigor, era uma variedade mais infensa às pragas e ,por outro lado, produzia até por 8 anos. Em suma, era muito mais vantajoso que o herbáceo, que tinha um ciclo vegetativo muito curto - geralmente um ano e, além disso, mais suscetível a pragas.

No entanto, orientado para o mercado interno, o algodão nordestino perderia paulatinamente, a partir de meados da década de dez, sua posição hegemônica como principal matéria-prima consumida pela indústria têxtil do Sudeste.

As crises de oferta da fibra nordestina estariam ligadas, por um lado, às devastadoras secas que atingiam impiedosamente as lavouras sertanejas e, por outro, a uma redefinição da produção agrícola paulista, que em 1918, com a geada que destruiu os cafezais e, posteriormente, o retraimento abissal do cultivo do café com a crise de 1929, terminaram por reorientar largos espaços agrícolas para a cotonicultura.

Outras variedades, como o Sea-Island e o Upland, americanos, e o Jumel, egípcio, foram testadas no Rio Grande do Norte não sem antes despertar desconfiança naqueles que pensavam o desenvolvimento regional a partir da produção do puro algodão "mocó" ou "Seridó". Juvenal Lamartine de Faria refletindo sobre a inconveniência da importação de variedades exóticas no sertão, na Conferência algodoeira de 1915, assim se expressava: "não vejo nenhuma vantagem na importação de segmentos estrangeiros, principalmente americanas, donde poderemos importar também parasitas, ainda desconhecidos entre nós como o terrível Boll Weevil ... No nordeste brasileiro que como disse, tem que ser o centro de nossa produção algodoeira, reputo erro, substituir por uma variedade estrangeira, quase toda anual,o nosso algodão mocó - verdadeira lavoura das regiões secas" (FARIA: 1915, p. 226)

As suspeitas de Juvenal Lamartine tinham fundamento se levarmos em conta a praga da lagarta rosada - "terrível polvo [que] distende seus tentáculos sobre alguns dos nossos destemidos e empreendedores agricultores" (O seridoense,24/05/1918) - que chegaria a dizimar 2/3 das lavouras nordestinas e teria sido, possivelmente, embarcada do Egito, com os lotes de sementes de algodão importadas daquele país, entre os anos de 1910 e 1913. Além de pragas e secas, o algodão foi fragilizado geneticamente pela hibridação natural entre o algodão mocó e aquelas variedades alienígenas.

Enquanto deteve a reputação de algodão de primeira qualidade, o Seridó foi celebrado, seja pelos intelectuais da elite seridoense, seja em eventos fora do Nordeste. Registrou o Dicionário Geographico e Etnographico do Brasil em 1922: "O produto é de ótima qualidade. Na Exposição Nacional de 1908, o da zona do Seridó obteve o grande prêmio e o de toda a região sertaneja alcança sempre cotações superiores nos mercados internos e externos". Esta variedade "mocó" ou "Seridó" teve um dos seus mais fortes e propositivos defensores em Juvenal Lamartine. A partir dele poderemos perceber a montagem do espaço algodoeiro no discurso regionalista seridoense.

Favor citar da seguinte forma:

MACÊDO, M. K. de (1998). O algodão na economia seridoense. História do RN n@ WEB [On-line]. Available from World Wide Web:

Referências Bibliográficas

FARIA, J. L. de. O algodão no Rio Grande do Norte. In: SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA – PRIMEIRA CONFERÊNCIA ALGODOEIRA. 1915, São Paulo. Annaes... São Paulo: s/e, 1915.

MACÊDO, Muirakytan K. de Macêdo. A penúltima versão do Seridó – Espaço e História no regionalismo nordestino. Natal, 1998. 200 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

O seridoense, 24/05/1918

TAKEYA, D. M. Um outro Nordeste - o algodão na economia do Rio Grande do Norte: 1880-1915. Fortaleza: BNB/etene, 1985.

O Início da cotonicultura no Rio Grande do Norte

Por Muirakytan K. de Macêdo – Professor do Curso de História do CERES – Campus de Caicó)

A cotonicultura representou, nas chamadas províncias do Norte, a única cultura que concorreu de forma marcante com o açúcar, em termos de exportação para o mercado internacional.

Na passagem do século XVIII à centúria seguinte, o algodão emergiu de produto consumido no âmbito restrito do setor de subsistência nordestino, à mercadoria significativamente inserida nas trocas comerciais brasileiras com o mercado internacional.

O Nordeste agrário não-açucareiro será redefinido, portanto, pelo algodão. A razão dessa alavancagem agrícola e comercial processa-se ao sabor das injunções do mercado mundial. Notadamente, podemos perceber que por duas vezes sua extroversão para o mercado inglês é o contraponto de crises conjunturais ocorridas nos Estados Unidos da América: primeiro a Guerra da Independência Americana (1776-1783) e segundo a Guerra da Secessão (1860). Em ambos os casos, privada de sua principal fonte fornecedora, a Inglaterra terá de procurar outros mercados de matérias-primas para abastecer o parque têxtil britânico.

Esse cenário internacional provocou a criação de outras áreas agrícolas nas províncias do Norte que não aquelas áreas voltadas para a atividade açucareira. Nesse sentido, adentrando-se pelos sertões, essa cultura ocuparia espaços antes orientados majoritariamente para a pecuária. Diferentemente dessa, porém, teria como característica inusitada para esse espaço, a produção agrícola para o mercado exterior.

No primeiro surto exportador despontou o Maranhão como maior produtor de algodão do Brasil. No segundo, ocorreu a expansão dessa cultura pelos territórios sertanejos e agrestinos do Norte.

Uma outra característica que se salientou de ambos os fluxos acima descritos foi a precária continuidade da produção - no sentido de sua extroversão para o mercado estrangeiro. Tal fato denunciou-se pela clara dependência do comportamento do contexto político americano: tão logo contornadas as crises estadunidenses, o algodão nordestino retraía-se, visto que o parque têxtil inglês retomava suas transações comerciais com os EUA.

Tal retraimento não significou, óbvio, o desaparecimento da cotonicultura. No século XVIII, quando ocorreu a desaceleração dessa cultura para o mercado exterior, ela se redefiniu, ocupando o nicho reservado às culturas de subsistência. Mais adiante, a partir de fins do século XIX, embora nunca tivesse cessado de todo a demanda externa, o algodão passou a ser escoado para a crescente indústria têxtil brasileira. Assim, "o desenvolvimento da indústria têxtil algodoeira nacional garantiu a permanência da cotonicultura como setor agrícola de peso na economia nordestina" (TAKEYA: 1985, p.30).

Conforme apontam os elementos que trabalhamos até o momento, historicamente, o espaço norte-rio-grandense fundou-se sobre duas bases: agrícola e pecuária. A peculiaridade desse espaço não proporcionou, por muito tempo, uma exploração agrícola pautada somente na monocultura açucareira de forma a definir perenemente toda a economia, seja da capitania, província ou estado. Isso se deve, em grande parte, a uma particularidade geográfica que salta aos olhos no mapa norte-rio-grandense.

O espaço potiguar possui somente uma pequena faixa de terras propícias a essa atividade açucareira. A área destinada a essa cultura restringiu-se a uma pequena porção do litoral oriental, ao passo que a pecuária ocupou todo o sertão. Será nesse último que o algodão encontrará condições ecológicas, sócio-econômicas e políticas para se desenvolver. (Ver "O algodão na economia seridoense")

Favor citar da seguinte forma:

MACÊDO, M. K. de (1998). A cotonicultura no Rio Grande do Norte. História do RN n@ WEB [On-line]. Available from World Wide Web:

Referências Bibliográficas

TAKEYA, D. M. Um outro Nordeste - o algodão na economia do Rio Grande do Norte: 1880-1915. Fortaleza: BNB/etene, 1985.

LIMA, L. M. & TAKEYA, D. M. História político-administrativa da agricultura do RN –1892-1930. Natal: FGV-CEPA-CPGDA, 1979.

CLEMENTINO, M. do L. M. O maquinista de algodão e o capital comercial. Natal: Ed. Universitária, 1986.

______________. Economia e urbanização - o Rio grande do Norte nos anos 70. Natal: CCHLA, 1995.

SILVA, M. G. da. et al. A economia norte-rio-grandense e a crise de29. Natal: Ed. Universitária, 1986.

CARVALHO FILHO, J. O Rio Grande do Norte em visão prospectiva. Natal: FJA, 1976.

FARIA, J. L. de. O algodão no Rio Grande do Norte. In: SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA – PRIMEIRA CONFERÊNCIA ALGODOEIRA. 1915, São Paulo. Annaes... São Paulo: s/e, 1915.

O GRANDE erro. O Seridoense, 24.05.1918.

DICIONÁRIO GEOGRAPHICO E ETNOGRAPHICO DO BRASIL.Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1922.

O BICUDO SÓ MATOU O DEFUNTO


Tomislav R. Femenick
Tribuna do Norte. Natal, 16 maio 2010



E comum, inclusive entre estudiosos do assunto, atribui-se ao bicudo (Anthononus grandis – inseto da ordem Coleóptera, a mesma dos vaga-lumes, joaninhas e gorgulhos) a causa da crise da cotonicultura do Nordeste e, por extensão do nosso Estado. O certo é que foi uma série de fatores – que se sucederam e se repetiram ao longo do tempo – que impactaram o setor, provocando uma verdadeira hecatombe na agricultura, no comércio e na indústria ligada ao cultivo e beneficiamento do algodão. O bicudo apenas foi mais um desses fatores; muito danoso, porém não o mais letal. Como diz o jargão popular, ele “apenas matou o defunto que já estava morto”.

É tido que o bicudo é originário da America Central, possivelmente do México. De lá se espalhou nas direções norte e sul. Em 1892 foi registrada ocorrência de sua presença no Texas, nos Estados Unidos. A partir de então, alcançou outros países da America Central. No final dos anos 70 do século passado chegou ao Brasil, onde encontrou condições ambientais favoráveis à sua proliferação. No início da década seguinte, se espalhou por todas as regiões brasileiras cultoras do algodão. Na América do Norte a cultura do algodão convive com o inseto, combatendo-o com relativo êxito. Entretanto não há como transplantar essa experiência para o Brasil – especialmente para o Nordeste Brasileiro – por causa das nossas características de plantio; enquanto lá a cotonicultura ocupa vastas terras continuas, em fazendas com milhares de hectares, aqui (embora tenhamos algumas plantações nessas condições) o predominante são pequenas e médias propriedades, ocupando espaços que se alternam com outras culturas.

Essa peculiaridade dificulta a ação de combate à praga, que deve ser empreendida com pulverização das plantações e utilizando agrotóxicos altamente danosos a outras espécies animais e vegetais. Dependendo da região e das condições locais, o custo anual do produtor no combate ao bicudo varia entre R$ 200,00 e R$ 300,00 por hectare. Convenhamos, é uma senhora praga e um custo respeitável, que inviabiliza a continuidade de muitos produtores no setor. Entretanto, esse problema apenas evidenciar outros, esses sim a quase “causa mortis” da nossa cultura algodoeira: o fator econômico, acoplado à baixa produtividade.

A escassez de recursos, as altas taxas de juros para financiamento da produção e beneficiamento da pluma e do caroço foram problemas levantados há quase cinqüenta anos nos “Encontros de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, organizados pela SUDENE em Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros. Pelo que ali foi dito, o montante das linhas de créditos, oferecidas pelo Banco do Brasil e Banco do Nordeste aos agricultores e maquinistas, sempre foram insuficientes, fato que ensejou o aparecimento dos atravessadores. Esses agentes foram importantes para o sistema, porém agregavam custos desnecessários.

Ainda no campo econômico, outro aspecto encarecia e ainda encarece a agricultura do algodão potiguar (e em quase todas as áreas agrícolas nordestinas dedicadas a essa cultura): a quase ausência de economia de escala. A nossa cotonicultura está estruturada em unidades produtoras familiares de pequenas dimensões, além do mais em espaços não contínuos. Cada uma dessas unidades cuida do seu preparo da terra, do seu plantio, da sua aplicação de defensivos, da sua colheita etc., numa cadeia de custos que se multiplicam. Por outro lado, a pequena dimensão das propriedades dificulta a mecanização dos processos, geralmente realizada com máquinas caras, até quando alugadas.

O resultado era e é que tínhamos e temos baixo rendimento por hectare plantado, em comparação com outras regiões do país e outros países produtores, o que significou perda do poder de concorrência. O problema maior é que esse fato se perpetua. Segundo a Conab, na safra 2006/2007 o Rio Grande do Norte cultivou 12.700 hectares com algodão, colhendo 2.900 toneladas de algodão em pluma, com uma produtividade de 228 quilos por hectare plantado. Na Bahia a produtividade por hectare foi de 1.509 quilos. Se comparada com a produtividade brasileira, se ver o tamanho do problema para a cotonicultura potiguar: na safra anterior foi de 3.209 quilos por hectares, segundo o IBGE.

Agora, quando se pensa revitalizar a cotonicultura potiguar, esses elementos não podem se desprezados. No conjunto de medidas que visam criar novas condições para essa importante fonte de geração de renda para o agronegócio do Estado, há que se pensar na eficiência técnica nas estruturas do processo econômico; na natureza e na dimensão das unidades produtoras, nas fontes de financiamento; nas tecnologias de plantio, irrigação e colheita; no combate às pragas e o uso racional dos defensivos; na cadeia de comercialização etc. Atenção especial deve ser dada aos assentamentos da Reforma Agrária, onde pequenas propriedades contínuas se adéquam perfeitamente à produção em escala, desde que um número razoável de glebas se dedique a uma mesma cultura.

FONTE:Tomislav R. Femenick
Tribuna do Norte, Natal, 16 de maio de 2010

O quase fim do algodão potiguar

Se não houver acordo, o Brasil poderá impor sanções no valor de U$S 830 milhões contra os Estados Unidos, direito conquistado junto a Organização Mundial do Comércio, porque há vários anos aquele país subsidiava, ilegalmente, os seus produtores de algodão. A alternativa seria a criação de um fundo de US$ 147,3 milhões, para financiar projetos que beneficiaria os cotonicultores brasileiros.

O subsidio ilegal foi descoberto e iniciado em 2002, ainda na gestão de Fernando Henrique Cardoso, e encampado pelo novo governo. Estima-se que, de 1998 àquele ano, o governo americano teria pago algo entre US$ 1,9 bilhão e US$ 3,9 bilhão, por ano, aos produtores de algodão – US$ 1,4 bilhão acima do teto de estabelecido pela OMC. Esse subsídio, ao mesmo tempo em que tornou o produto de origem estadunidense mais competitivo no mercado internacional prejudicou o algodão de origem nacional. Foi a pá de cal no enterro da cotonicultura potiguar, que há anos já vinha em estado quase que terminal.

Planta natural da America – o seu cultivo antecede ao descobrimento –, a produção comercial de algodão brasileiro foi iniciada logo no início da colonização. Ressalte-se, entretanto, que até o inicio do século XVIII essa era tão somente uma cultura de roça, porém presente em todas as províncias da colônia. A partir daí começou a aparecer como mercadoria de exportação, tendo como destino principal a Inglaterra; todavia o Rio Grande do Norte tinha uma ínfima participação, como Estado produtor. No início do século XIX, a cultura do algodão se desenvolveu no Brasil, integrando com mais presença a corrente exportadora. Em 1825, o algodão contribuía com 30,7% das exportações do país, enquanto que o café representava apenas 19,8%.

Somente no período da primeira guerra mundial (1914-1918) é que a economia algodoeira realmente se destaca no cenário do Rio Grande do Norte; com atuação mais centrada na região do Seridó, porém com presença marcante na região Oeste. Aqui sempre predominaram as variedades arbóreas (mocó ou Seridó, chamada de “algodão nordestino”), apreciadas por suas fibras compridas e sedosas. Também eram plantadas algumas herbáceas, inclusive as dos tipos Sea-Island e o Upland, norte-americanas, e Jumel, egípcia. Nos anos 20, o Estado continuou sendo um grande produtor de algodão e parte substancial dessa produção era exportada pelo porto de Areia Branca. No final da década tudo quase que parou, com o colapso da Bolsa de Nova Iorque – não havia compradores.

Apesar dos reflexos dessa enorme crise, quando o algodão foi uma das mercadorias mais impactada, em 1935 a produção norte rio-grandense de algodão cresceu 22,3% se comparada com a de 1930, com a extensão de 31,7% da área cultivada, fatores que colocaram o Estado em 2º lugar no ranque de rendimento por hectare plantado.

Foi nos anos 50, com a expansão da indústria têxtil em São Paulo, e em outras unidades federativas localizadas no sul do país, que se verificou a expansão da agroindústria algodoeira nacional, fazendo, inclusive, que nos anos de 1961/1963 (quando foram exportadas 109,7, 112,2 e 114,2 milhões de dólares), o produto figurasse no 2º lugar da pauta de exportação brasileira, ficando atrás apenas do café. Nesse período eu era funcionário do Banco do Nordeste e participei de vários “comandos” para fazer cadastros, oferecer financiamento e assistência técnica aos cotonicultores de Mossoró, Apodi, Carnaúbas, Janduís, Assú e outros. No Estado havia várias empresas maquinistas de algodão, principalmente no Seridó e Oeste. Em Mossoró a S/A Mercantil Tertuliano Fernandes (dirigida por Antonio Florêncio de Queiros e na época a maior empresa do Estado, com atuação também na salinicultura), Alfredo Fernandes & Cia., J. Duarte & Cia., Antonio Neo & Cia., CICOSA-Cia. Industrial e Comercial de Óleos S/A e outras mais. Lá chegaram a funcionar duas fábricas de óleo comestível, extraído do caroço do algodão: Pleno e Tibiriçá, comercializados em todo o Brasil. No Estado havia, ainda, os óleos: Benedito, em Macaíba, de Nóbrega & Dantas; Mavioso e Arcal, de Medeiros & Cia, em Jardim do Seridó; e Sândi, da Algodoeira São Miguel (Machine Cottons Limited), em São Miguel.

No Rio Grande do Norte a cadeia produtiva do algodão (lavoura, descaroçamento, refino, indústria têxtil e do vestuário) começou a declinar no final dos anos 70. Na década seguinte a praga do bicudo se alastrou pelo Nordeste e dizimou as plantas de algodão. A partir daí, os Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro passaram a ser os principais produtores, enquanto que o Nordeste, afetado por fatores climáticos, econômicos e, sobretudo, biológicos, passou a ser apenas um mero coadjuvante. A cotonicultura potiguar persiste, porém com produção irrisória. Os últimos dados do IBGE dizem que em 2007 produzimos 3.634 toneladas, no valor de R$ 3,5 milhões; em 2008, 5.158 toneladas, no valor de R$ 5,0 milhões.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE

A SITUAÇÃO DA COTOMICULTURA MUNDIAL

O algodão é produzido em mais de 60 países no mundo, sendo que somente cinco deles, China, Índia, Paquistão, Estados Unidos e Brasil, dividem 79,0% da produção, ou seja, cerca de 20,0 milhões de toneladas produzidas na safra 2007/08, de um total de 25,35 milhões de toneladas. Além disso, esses cinco países contam com 71,0% da área plantada, que foi de aproximadamente 33,3 milhões de hectares nesse último ano (USDA, 2008).

O volume total de exportações na safra 2007/08 foi de aproximadamente 8,9 milhões de toneladas, sendo que somente a China importou 3,1 milhões de toneladas, sagrando-se como maior importador mundial, seguido da Turquia, com um volume de compras bem menor, próximo a 760 mil toneladas.

Os Estados Unidos tiveram uma grande diminuição de sua produção na safra 2007/08 em relação ao ano anterior, uma queda de cerca de 10,9%, ou seja, 518 mil toneladas. Também para a safra 2008/09, estimativas apontam para uma significativa queda da área plantada norte-americana, devendo ser 20% menor do que a área cultivada em 2007/08, com uma diminuição de até 850 mil hectares.

Em todo o mundo, em média 29 milhões de hectares de algodão são plantados todos os anos, sendo quase 90% desse total no hemisfério Norte e somente 10% no hemisfério Sul.

O consumo é esperado em 27,7 milhões de toneladas para 2008/09, um aumento de 600,0 mil toneladas em relação à safra 2007/08. Exportações deverão ser um pouco maiores na safra 2008/09 em relação à efetuada em 2007/08, chegando a 8,9 milhões de toneladas.

Em relação à produtividade mundial de algodão em fibra, a média do ano de 2007/08 foi de 782 kg/ha. Entre os produtores mais significativos, as maiores produtividades foram obtidas, em ordem decrescente, por Austrália, Brasil, China, Síria, México e Turquia que tiveram médias superiores a 1.000 kg/ha de fibra.

O maior produtor mundial de algodão é a China, com cerca de 7,8 milhões de toneladas produzidas na safra 2007/08, além de ser o maior consumidor e importador mundial da fibra, com importações que devem representar 35,2% de todo algodão comercializado e um consumo total de 11,4 milhões de toneladas, cerca de 42,2% de todo algodão utilizado no mundo, sendo a principal potência mundial do setor, tendo enorme influência na cotonicultura mundial.

A cotonicultura representa para o Brasil uma das mais importantes atividades agrícolas, ocupando um lugar de destaque pelo valor de seus produtos no mercado interno como matéria-prima para a indústria e no externo pela exportação de fibras. O país está colocado entre os seis grandes produtores mundiais, sendo o maior do hemisfério Sul.


Fonte: Promoalgo

Quem sou eu

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Marilia Jullyetth Bezerra das Chagas, natural de Apodi-RN, nascida a XXIX - XI - MXM, filha de José Maria das Chagas e de Maria Eliete Bezerra das Chagas, com dois irmãos: JOTAEMESHON WHAKYSHON e JOTA JÚNIOR. ja residi nas seguintes cidades: FELIPE GUERRA, ITAÚ, RODOLFO FERNANDES, GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO e atual na cidade de Apodi. Minha primeira escola foi a Creche Municipal de Rodolfo Fernandes, em 1985, posteriormente estudei em Governador Dix-sept Rosado, na no CAIC de Apodi, Escola Estadual Ferreira Pinto em Apodi, na Escola Municipal Lourdes Mota. Conclui o ensino Médio na Escola Estadual Professor Antonio Dantas, em Apodi. No dia 4 de abril comecei o Ensino Superior, no Campus da Universidade Fderal do Rio Grande do Norte, no Campus Central, no curso de Ciências Econômicas. Gosto de estudar e de escrever. Amo a minha querida terra Apodi, porém, existem muitas coisas erradas em nossa cidade, e parece-me que quase ninguém toma a iniciativa de coibir tais erros. Quem perde é a população.

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